Muito mais comum do que parece, o autismo é uma disfunção do desenvolvimento,
que, hoje em dia, pode ser
identificado antes dos dois anos de idade. O assunto voltou à tona por
conta da personagem Linda, vivida pela atriz Bruna Linzmeyer na novela “Amor à
Vida”, e levanta questões delicadas e importantes, como saber lidar com o
autista e tratá-lo com respeito e dignidade.
O
que é
O autismo é um transtorno que acomete principalmente meninos, antes dos três
anos de idade, e que se caracteriza por disfunções
na comunicação, na interatividade social e no comportamento. A
intensidade dos sintomas varia de acordo com as alterações em cada área
(campo) afetada (interatividade, comunicação, e comportamento) e servirão para
determinar o tipo e a necessidade de atenção adequada (tratamento específico).
Por isso existe a necessidade do diagnóstico
precoce e até mesmo do diagnóstico correto sobre o transtorno,
visto que existem algumas doenças ou distúrbios neurológicos e psiquiátricos
que apresentam características (sinais e sintomas) de autismo, sem serem. É de
extrema importância que os pais não
se desesperem ao identificarem o autismo em seus filhos. É importante se
informar a respeito do transtorno, fazer um diagnóstico precoce e as
intervenções adequadas.
Principais
características
O Autismo é
diagnosticado segundo critérios qualitativos e quantitativos, presentes nas
características apresentadas pela criança em uma ou mesmo nas três áreas de
alterações (comunicação x interatividade x comportamento).
Na área da comunicação: desordens da fala, ausência ou atraso da fala,
ecolalia atual ou atrasada (repetição das últimas palavras ou expressões
ouvidas, letras ou falas), dificuldade na compreensão literal da frase,
linguagem repetitiva com mesma entonação, ausência de sentimentos ao expressar
frases ou linguagens.
Na área da interação social: prejuízo acentuado no uso de comportamentos não
verbais, no contato visual, nas expressões visuais e nas posturas corporais.
Dificuldade para estabelecer relacionamentos com seus pares (outras crianças),
o que pode levar ao isolamento social. Dificuldade na expressão ou
compartilhamento de afeto, prazer, interesses ou realizações com outras
pessoas.
Na área do comportamento interesses e
atividades: comportamento
restrito e estereotipado, interesses persistentes em objetos ou partes do
objeto, rotinas e rituais realizados de uma única forma, comportamentos de
autoagressão em casos de ansiedade ou situações críticas, (nos casos e formas
mais graves de autismo). Habilidades especiais com números, nomes, dados,
objetos e etc., o que não significa alta capacidade intelectual.
Aceitação,
acima de tudo
Qualquer que seja a gravidade dos sintomas, assim como a evolução do autismo,
alguns passos básicos no diagnóstico devem ser seguidos, como identificar quais
os comportamentos em um texto bem explicativo. Lidar com uma criança autista
compreende, entre outros, dois aspectos fundamentais: diagnóstico precoce
seguido de um plano de intervenção geral e específico àquela criança e aceitação dos pais. Iniciando
pela aceitação dos pais é importante considerar que qualquer que seja o
problema identificado em uma criança desde seu nascimento até a idade do
aparecimento, mesmo aqueles problemas temporários ou pontuais, temos que
atentar para as implicações com relações a história material e emocional desses
pais e consequentemente dessa família.
Do ponto de
vista material o tratamento para crianças autistas compreende a participação de
vários e diferentes profissionais, dependendo de cada caso, de uma equipe
multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos,
terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, visando dar um suporte às
necessidades da criança (de acordo com os déficits diagnosticados), à família,
entendendo todo o contexto geral e individualizado (pai, mãe, irmãos, avós,
etc.), para que estes possam colaborar e participar ativamente do tratamento.
Desempenha papel
fundamental na sociabilidade e integração da criança, a relação entre família e
escola.
Como
lidar
A dificuldade de aceitação do diagnóstico por parte da família ou mesmo
de alguns membros, desordens psicoemocionais da família, como por exemplo,
esconder a criança e principalmente cria-la como incapaz, não contribui para sua independência e
autonomia e podem agravar consideravelmente o autismo. O desempenho
de atividades comuns como namorar, passear, trabalhar e etc., vai depender do
tipo de autismo, ou seja, do grau de comprometimento das desordens, quanto
menor o acometimento, melhor o desenvolvimento e principalmente, quanto mais
precoce ter sido o diagnóstico das desordens e mais cedo tenha sido instituído
o tratamento, melhor a recuperação, a integração, a socialização da criança
autista, que irá se tornar um adulto com habilidades mais próximas das
habituais.
Ao notar os
comportamentos citados anteriormente, os pais devem dirigir-se aos postos de
saúde especializados e falar com os profissionais da área.