Especialista fala sobre o problema e
da importância de reconhecer e mudar os hábitos
Em "Amor à Vida", a doce personagem Paulinha (Klara Castanho) passa pelo drama de ter que fazer
um transplante de fígado. A menina teve uma falência do órgão por causa
do lúpus, nome curto de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), uma doença inflamatória autoimune e
crônica, que pode acometer um ou mais áreas do corpo. Quem
sofre desse mal tem fases nas quais apresenta os sintomas, chamadas de “períodos
de atividade”, e fases chamadas de período de remissão,
nos quais eles passam e ficam despercebidos. Quem desenvolve o lúpus precisa
aceitar a doença e aprender a conviver com ela, e o diagnóstico precoce é
peça-chave para uma vida normal.
A doença tem uma suscetibilidade genética e é ocasionada por
um desequilíbrio
no sistema imunológico, fazendo com que o indivíduo produza uma
quantidade muito alta de anticorpos, que reagem com as proteínas do corpo.
Além de estar relacionada à genética, o mal também está ligado a fatores
ambientais, como o tabagismo, radiação
ultravioleta, que pode ser da luz do sol ou mesmo mecânica,
como a das lâmpadas fluorescentes, e alta quantidade de estrogênio, o hormônio
feminino.
Embora ainda não exista nenhum mapeamento oficial
sobre o lúpus, a Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que cerca de 250
mil pessoas sofram
do mal no Brasil, principalmente as mulheres.
Apesar de poder se manifestar em qualquer fase da vida, Evandro diz que ela é tipicamente associada a fase em
que a mulher começa a menstruar e ao
período fértil. “Mulheres na gravidez ou que usam estrogênio no
anticoncepcional têm maior ativação da doença”, completa.
O diagnóstico
“O tempo médio de diagnósticos no Brasil é de 18
meses. Se a descoberta ocorre em uma fase
muito avançada, a pessoa pode ter um dano definitivo em
um dos órgãos, isso porque houve uma perda do tempo na fase em
que era passível de controlar o desenvolvimento”, conta o doutor Klumb. Para
chegar a um diagnóstico, são feitos exames clínicos e laboratoriais. Embora não exista
um exame específico, pelos resultados combinados é possível descobrir o
lúpus.
De
acordo com o especialista, há quem tenha versões leves do lúpus, enquanto
outros já no início da manifestação têm um quadro mais grave. “Quem tem o sistêmico, que acomete os órgãos
internos, está no grupo no qual a mortalidade é alta, já que
pode ser de até 20% em 10 anos entre essa população”, fala. Entender se a
doença é sistêmica ou cutânea, na pele, é muito importante para elaboração do
tratamento e redução dessa taxa de mortalidade.
Mudança de hábitos
O
médico diz que o lúpus não tem cura, do ponto de vista que não
existe um medicamento que acabe com a doença para sempre. “Você consegue um controle muito
bom da doença, com exames totalmente normais e sem alterações. Ela
flutua, fica ativa por uma das provocações citadas (muita
radiação UV, tabagismo, excesso de estrogênio e doenças como a tuberculose) e a
pessoa volta a sentir os sintomas, para depois passar novamente pelo período de
remissão”, explica.
O doutor Klumb frisa que é muito importante o cumprimento estrito e muito
disciplinado do
tratamento. Também é importante seguir as medidas indicadas, como a
fotoproteção, não fumar e fazer atividades físicas regularmente.
“Isso determina uma melhora do quadro. O necessário é primeiro conhecer para
poder mudar, aceitando a doença e a
enfrentando a pessoa fica muito bem”, finaliza.
Fonte:
daquidali
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